sábado, 14 de junho de 2014

Sê-nos propício, ó meu Deus!




É a ti que eu invoco, ó Deus-Verdade,
em quem, de quem e por quem, é verdadeiro tudo o que é verdadeiro;
Deus, de quem não se pode separar sem cair,
a quem não se retorna sem se reerguer;
permanecer em ti é ter sólido apoio,
afastar-se de ti é morrer,
retornar a ti é reviver,
habitar em ti é viver.
Deus, a quem ninguém perde, a não ser enganado,
que ninguém procura, sem prévio chamado,
a quem ninguém encontra, sem primeiro ter sido purificado;
Deus, cujo abandono equivale à morte,
a procura, ao amor,
a visão, à plena posse!
Deus, a quem a fé nos impele,
a esperança nos orienta,
e com quem a caridade nos une!
Deus, a quem devemos o não nos perder completamente;
Deus, que nos admoestas à vigilância;
Deus, graças a quem logramos distinguir o bem do mal;
Deus, graças a quem fugimos do mal e buscamos o bem;
Deus, graças a quem não cedemos ante a adversidade;
Deus, que fazes com que nos convertamos a ti;
Deus, que nos despojas daquilo que não é para nos revestir daquilo que é;
Deus, que nos reconduzes ao bom caminho;
Deus, que nos diriges até a porta;
Deus, que fazes com que ela se abra aos que batem:
Sê-nos propício, ó meu Deus!
________________________________

Aurelius Augustinus, bispo de Hipona

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.