quinta-feira, 30 de abril de 2015

Luz interior


"Reconhecer a presença de Cristo no pobre"


Se é verdade que o pão e o vinho consagrados
são sinal de uma especialíssima presença
de Cristo morto e ressuscitado,
é verdade igualmente que o cristão deve, com igual fé,
reconhecer a presença de Cristo
no pobre, no oprimido, no fraco, no marginalizado;
em uma palavra, no irmão que precisa dele.
Não seria sentido a fé na Eucaristia,
e seria uma mentira sua celebração,
se ela não se prolongasse à procura de uma verificação,
na caridade, no serviço ao próximo.
Isto, que é um compromisso a todo cristão,
torna-se critério de autenticidade e juízo de verdade,
mormente para aqueles que na comunidade
exercem com zelo pastoral
um serviço de autoridade em vista da comunhão.
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Do “Missal Cotidiano – Missal da Assembleia Cristã”
Ed. Paulus, p. 417


terça-feira, 28 de abril de 2015

"Sê tu sacrifício e sacerdote de Deus"


Ó homem, sê tu sacrifício e sacerdote de Deus;
não percas aquilo que te foi dado pelo poder do Senhor.
Reveste-te com a túnica da santidade,
cinge-te com o cíngulo da castidade;
seja Cristo o véu de proteção da tua cabeça;
que a cruz permaneça em tua fronte como defesa.
Grava em teu peito o sinal da divina ciência;
eleva continuamente a tua oração como perfume de incenso;
empunha a espada do Espírito;
faze de teu coração um altar.
E assim, com toda confiança,
oferece teu corpo como vítima a Deus.
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Dos Sermões de São Pedro Crisólogo,
bispo no século V


"Esta cruz não me feriu a mim, mas feriu a morte"


Talvez vos perturbe a enormidade de meus sofrimentos
causados por vós.
Não tenhais medo.
Esta cruz não me feriu a mim, mas feriu a morte.
Estes cravos não me provocam dor,
mas cravam mais profundamente em mim o amor por vós.
Estas chagas não me fazem soltar gemidos,
mas vos introduzem ainda mais intimamente em meu coração.
O meu corpo, ao ser estirado na cruz,
não aumenta o meu sofrimento,
mas dilata os espaços do coração para vos acolher.
Meu sangue não é uma perda para mim,
mas é o preço do vosso resgate.
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Dos Sermões de São Pedro Crisólogo,
bispo no século V


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Tornar-se num só pão, num só corpo!


Este pão que vedes sobre o altar, consagrado pela palavra de Deus, é o corpo de Cristo. Este cálice consagrado pela palavra de Deus, ou melhor, o que ele contém, é o sangue de Cristo. Nestes elementos, o Senhor quis oferecer à nossa veneração, ao nosso amor, o seu corpo e o seu sangue, que derramou pela remissão dos nossos pecados. Se os recebestes com boas disposições, tornastes-vos naquilo que recebestes. Diz o Apóstolo: «Todos nós somos um só pão, um só corpo» (Cor 10,17).

Este pão recorda-vos que deveis amar a unidade. Pois este pão foi porventura feito de um só grão? Não existia nele, no princípio, uma quantidade de grãos de trigo? Antes de tomar a forma de pão, os grãos estavam separados; foi a água que os uniu, depois de serem moídos. Se o trigo não for moído e embebido em água, não se lhe pode dar a forma de pão. Do mesmo modo, foi-vos necessário passar pela humilhação dos jejuns e pelo exorcismo dos escrutínios; depois, fostes lavados pela água do batismo, que vos penetrou a fim de vos fazer tomar a forma de pão. Como aparece aqui representado o fogo? Pelo santo crisma, porque o óleo que alimenta o nosso fogo é o sacramento do Espírito Santo. […] No dia de Pentecostes, o Espírito Santo revelou-Se sob a forma de línguas de fogo. […] Portanto, o Espírito Santo aparece como o fogo depois da água; e vós sois transformados neste pão que é o corpo de Cristo. Este sacramento é, portanto, um símbolo da unidade.

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Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona e doutor da Igreja
Sermão 227 (Às crianças, sobre os sacramentos)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

"É o Senhor"!


Todas as criaturas estão vivas na mão de Deus; os sentidos só se apercebem da ação da criatura, mas a fé crê na ação divina em todas as coisas. Ela vê que Jesus Cristo vive em tudo e opera em toda a extensão dos séculos, que o mais pequeno momento e o mais pequeno átomo encerram uma porção desta vida escondida e desta ação misteriosa. A ação das criaturas é um véu que encobre os mistérios profundos da ação divina.

Após a sua ressurreição, Jesus Cristo surpreendia os discípulos com as suas aparições, apresentando-Se a eles em figuras que O disfarçavam; mal Se revelava, desaparecia. Este mesmo Jesus, sempre vivo e sempre operante, continua a surpreender as almas cuja fé não é suficientemente pura e penetrante. Não há momento algum em que Deus Se não apresente, seja sob a forma de uma dor, de uma obrigação ou de um dever. Tudo quanto se faz em nós, em nosso redor e através de nós encerra e encobre a Sua ação divina, o que faz com que sejamos constantemente surpreendidos e não conheçamos as Suas operações senão quando elas deixaram de subsistir.

Se perfurássemos o véu e estivéssemos vigilantes e atentos, Deus se revelaria a nós sem cessar e usufruiríamos da Sua ação em tudo aquilo que nos acontece. Perante cada coisa, diríamos: “É o Senhor!” E detectaríamos em todas as circunstâncias que recebemos um dom de Deus, que as criaturas são instrumentos frágeis, que nada nos falta, e que o permanente cuidado de Deus O leva a conceder-nos aquilo que nos convém.
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Jean-Pierre de Caussade (1675-1751), jesuíta
“Abandono na Providência divina”



quarta-feira, 8 de abril de 2015

Jesus de Nazaré, Filho de Deus


Não haverá nunca evangelização verdadeira
se o Nome,
a Doutrina,
a Vida,
as Promessas,
o Reino,
o Mistério
de Jesus de Nazaré, Filho de Deus,
não forem anunciados”
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Paulo VI, Evangelii nuntiandi, 22

Confiemo-nos a Maria


Maria, Mãe da esperança,
caminhai conosco!
Ensinai-nos a anunciar o Deus vivo;
ajudai-nos a dar testemunho de Jesus,
o único Salvador;
tornai-nos serviçais com o próximo,
acolhedores com os necessitados,
obreiros de justiça,
construtores apaixonados
dum mundo mais justo;
intercedei por nós que agimos na história
certos de que o desígnio do Pai se há de realizar.
Amém.
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João Paulo II, Ecclesia in Europa, Conclusão


sábado, 4 de abril de 2015

2015 - Páscoa da Ressurreição do Senhor Jesus


Por sua morte, a morte viu o fim,
do sangue derramado a vida renasceu.
Seu pé ferido nova estrada abriu
e neste homem, o homem, enfim se descobriu.

Meu coração me diz:
o amor me amou e se entregou por mim!
JESUS RESSUSCITOU!
Passou a escuridão, o sol nasceu!
A vida triunfou!
JESUS RESSUSCITOU!

"Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto"!


Se ressuscitastes com Cristo,
esforçai-vos por alcançar as coisas do alto!
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Da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 3,1)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Nossos corações pertencem ao varão de Gólgota (Friedrich von Bodelschwingh)


Nossos corações pertencem ao varão de Gólgota
que, por ter sofrido a morte, vida e salvação nos dá,
que o mistério do juízo ao seu povo revelou,
que em angústias e tormentos vida e paz nos conquistou.

Em silêncio nos curvamos ante a tua cruz, Senhor,
e humildes adoramos o poder de teu amor.
Adoramos o milagre: eis que o Filho se humilhou;
obediente até a morte nosso fardo carregou.

Haja noites tenebrosas: Luz provém de Gólgota,
luz que rompe pelas trevas, que o inferno vencerá.
Cristo, o Salvador, expulsa de seu Reino angústia e dor.
Emudece a própria morte: prevalece o seu amor.

Silenciam os poderes ante a cruz de Gólgota.
O teu povo agraciado canta “amém” e “aleluia”.
Graças pelas tuas dores, graças pelo teu poder!
Tu nos deste vida nova: Adoramos teu poder!