Este pão que vedes sobre o
altar, consagrado pela palavra de Deus, é o corpo de Cristo. Este cálice
consagrado pela palavra de Deus, ou melhor, o que ele contém, é o sangue de
Cristo. Nestes elementos, o Senhor quis oferecer à nossa veneração, ao nosso amor,
o seu corpo e o seu sangue, que derramou pela remissão dos nossos pecados. Se
os recebestes com boas disposições, tornastes-vos naquilo que recebestes. Diz o
Apóstolo: «Todos nós somos um só pão, um só corpo» (Cor 10,17).
Este pão recorda-vos que
deveis amar a unidade. Pois este pão foi porventura feito de um só grão? Não
existia nele, no princípio, uma quantidade de grãos de trigo? Antes de tomar a
forma de pão, os grãos estavam separados; foi a água que os uniu, depois de
serem moídos. Se o trigo não for moído e embebido em água, não se lhe pode dar
a forma de pão. Do mesmo modo, foi-vos necessário passar pela humilhação dos
jejuns e pelo exorcismo dos escrutínios; depois, fostes lavados pela água do batismo,
que vos penetrou a fim de vos fazer tomar a forma de pão. Como aparece aqui
representado o fogo? Pelo santo crisma, porque o óleo que alimenta o nosso fogo
é o sacramento do Espírito Santo. […] No dia de Pentecostes, o Espírito Santo
revelou-Se sob a forma de línguas de fogo. […] Portanto, o Espírito Santo
aparece como o fogo depois da água; e vós sois transformados neste pão que é o
corpo de Cristo. Este sacramento é, portanto, um símbolo da unidade.
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Santo
Agostinho (354-430), bispo de Hipona e doutor da Igreja
Sermão
227 (Às crianças, sobre os sacramentos)
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