quarta-feira, 9 de abril de 2014

Na cruz, ó Verbo, Palavra de Deus, ofereceste por todos o teu corpo e o teu sangue!




Acorda, minha alma, exprime as tuas obras,
 Que elas repassem diante dos teus olhos
 E que deles brotem lágrimas.
 Revela a Cristo os teus atos e pensamentos,
 E serás justificada.
 Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.

 Na cruz, ó Verbo, Palavra de Deus, ofereceste por todos
 O teu corpo e o teu sangue;
 O teu corpo para recriar o meu,
 O teu sangue para me lavar.
 Cristo, entregaste o teu espírito
 Para me levares ao teu Pai (cf Lc 23,46).

 Foi ao coração desta terra que o seu Criador veio para nos salvar.
 Quis ser pregado na árvore das dores
 E deste modo o paraíso perdido foi reencontrado (cf Lc 23,43).
 É por isso que és adorado pelo céu e pela terra,
 Por toda a criação,
 Pela multidão dos resgatados vindos de todas as nações.

 Que o sangue e a água que jorraram
 Do teu lado trespassado (cf Jo 19,34)
 Sejam para mim um banho batismal,
 Uma bebida redentora.
 E assim, ungido pelas tuas palavras de vida como por um perfume,
 E recebendo-as como bebida,
 Ficarei duplamente purificado, ó Verbo, Palavra de Deus.

 A Igreja é o cálice que recebe
 O jorro vivificante do teu lado,
 Fluxo duplo e único de conhecimento e perdão,
 Imagem dos Testamentos, o Antigo e o Novo,
 Reunidos num só.
 Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.
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 Santo André de Creta (660-740), monge, bispo
Grande Cânone da liturgia ortodoxa para a quaresma, 4ª ode

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