segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Preghiera di Sant'Agostino

 
O Dio,
allontanarsi da Te è cadere,
tornare a Te è risorgere,
restare in Te è esistere!
 
(Sant’Agostino, Soliloqui 1,1.3)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Una buona idea (Niccolò Fabi)

 
Sono un orfano di acqua e di cielo
Un frutto che da terra guarda il ramo
Orfano di origine e di storia
E di una chiara traiettoria
Sono orfano di valide occasioni
Del palpitare di un'idea con grandi ali
Di cibo sano e sane discussioni
Delle storie, degli anziani, cordoni ombelicali
Orfano di tempo e silenzio
Dell'illusione e della sua disillusione
Di uno slancio che ci porti verso l'alto
Di una cometa da seguire, un maestro d'ascoltare
Di ogni mia giornata che è passata
Vissuta, buttata e mai restituita
Orfan della morte, e quindi della vita
 
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
 
Sono orfano di pomeriggi al sole, delle mattine senza giustificazione
Dell'era di lavagne e di vinile, di lenzuola sui balconi
Di voci nel cortile
Orfano di partecipazione e di una legge che assomiglia all'uguaglianza
Di una democrazia che non sia un paravento
Di onore e dignità, misura e sobrietà
E di una terra che è soltanto calpestata
Comprata, sfruttata, usata e poi svilita
Orfan di una casa, di un'Italia che è sparita
 
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
Mi basterebbe essere padre di una buona idea
 
Una buona idea
Una buona idea
Una buona idea

terça-feira, 18 de setembro de 2012

As lágrimas de uma mãe


       A misericórdia divina compadece-se das lágrimas desta mãe. Ela é viúva; o sofrimento e a morte do seu filho único abalaram-na profundamente. [...] Parece-me que esta viúva, rodeada por uma grande multidão, é mais do que uma simples mulher que merece, pelas suas lágrimas, a ressurreição de um filho jovem e único. Ela é a imagem da própria Santa Igreja que, através das suas lágrimas, no meio do cortejo fúnebre e até ao túmulo, consegue chamar à vida o jovem povo que é o mundo. [...]
       Porque à palavra de Deus os mortos ressuscitam, recuperam a voz e a mãe reencontra o seu filho; ele é chamado do túmulo, arrancado ao sepulcro. Que túmulo é este para vós senão a vossa má conduta? O vosso túmulo é a falta de fé. [...] Cristo liberta-vos deste sepulcro; saireis do túmulo se escutardes a palavra de Deus. E, se os vossos pecados forem demasiado graves para poderem ser lavados pelas lágrimas da vossa penitência, intervirão por vós as lágrimas da vossa mãe, a Igreja. [...] Ela intercede por todos os seus filhos como o faria por outros tantos filhos únicos. Com efeito, ela está repleta de compaixão e sente uma dor espiritual muito maternal quando vê os seus filhos serem arrastados para a morte pelo pecado.
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Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de São Lucas, V, 89

domingo, 16 de setembro de 2012

«Se alguém quiser vir após Mim [...], tome a sua cruz e siga-Me»

(Caminho de Santiago: Furelos - Crucifixo do Peregrino)

       Como exprimir o que a minha alma sentiu quando, da boca dum santo prelado, ouviu o que é já a minha loucura, o que me torna absolutamente feliz no meu exílio: o amor da cruz! [...] Que bom seria ter a verve do rei David para poder exprimir as maravilhas do amor à cruz! [...]
       A cruz de Cristo! Que mais posso dizer? Não sei orar, não sei o que é ser bom, não tenho espírito religioso, pois estou cheio do mundo. Só sei uma coisa, uma coisa que enche a minha alma de alegria, apesar de me ver tão pobre de virtudes e tão rico em misérias; sei apenas que tenho um tesouro que não trocaria por nada nem por ninguém: a minha cruz, a cruz de Jesus, essa cruz que é o meu único repouso. Como explicar isto? Quem não experimentou, não pode sequer suspeitar do que se trata.
       Ah, se todos os homens amassem a cruz de Cristo! Se o mundo soubesse o que é abraçar plenamente, verdadeiramente, sem reservas, em loucura de amor, a cruz de Cristo! [...] Tanto tempo perdido em conversas, devoções e exercícios que são santos e bons, mas que não são a cruz de Jesus, não são o que há de melhor. [...]
       Pobre homem que não prestas para nada, que não serves para nada [...], que arrastas a tua vida, seguindo como podes as austeridades da regra, contentando-te em esconder no silêncio os teus ardores: ama até à loucura o que o mundo despreza por não conhecer, adora em silêncio essa cruz, que é o teu tesouro, sem que ninguém se aperceba. Medita em silêncio diante dela nas grandezas de Deus, nas maravilhas de Maria, nas misérias do homem. [...] Prossegue a tua vida sempre em silêncio, amando, adorando e unindo-te à cruz. Que queres mais? Saboreia a cruz, como disse hoje de manhã o senhor bispo. Saborear a cruz!
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São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Homilia sobre a Cruz e o Ladrão (São João Crisóstomo)


       Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na CRUZ e nós festejamos, para que saibamos que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Outrora a cruz significou um castigo, agora tornou-se objeto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la agora princípio de salvação. Pois ela é para nós a causa de numerosos bens: LIBERTOU-NOS DO ERRO, ILUMINOU-NOS NAS TREVAS E RECONCILIOU-NOS COM DEUS; tínhamo-nos tornado para Ele inimigos e estranhos, e ela deu-nos a Sua amizade e aproximou-nos d'Ele. A cruz é para nós a destruição da inimizade, o garante da paz, o tesouro de mil bens.
       Graças a ela não erramos já pelos desertos, porque conhecemos o verdadeiro caminho. Não ficamos de fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não receamos as armas ardentes do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela já não somos viúvos, porque descobrimos o Esposo. Não temos medo do lobo, porque temos o bom pastor. Graças à cruz não tememos o usurpador, porque nos sentamos ao lado do Rei.
       Eis porque estamos contentes ao festejar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos convida para a festa em honra da cruz: «Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Co 5,8). E a razão para isso: «Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado» (v. 7).
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São João Crisóstomo (345-407),
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Grande paz para os que amam a tua lei


        Com razão a bem-aventurança de ver a Deus é prometida aos corações puros. Pois os olhos imundos não podem ver o esplendor da verdadeira luz; será alegria das almas límpidas aquilo mesmo que será castigo dos corações impuros. Para longe então a fuligem das vaidades terenas. Limpemos de toda iniqüidade suja os olhos interiores, e o olhar sereno se sacie de tão maravilhosa visão de Deus.
       Mesmo os mais estreitos laços de amizade e uma igualdade sem falha dos espíritos não podem, na verdade, reivindicar para si esta paz, se não concordarem com a vontade de Deus. Estão fora da dignidade desta paz a semelhança na cobiça dos maus, as alianças pecaminosas, os pactos para o vício. O amor do mundo não combina com o amor de Deus, nem passa para a sociedade dos filhos de Deus quem não se separa da vida carnal. Quem sempre com Deus tem em mente guardar com solicitude a unidade do espírito no vínculo da paz (Ef 4,3), jamais discorda da lei eterna, repetindo a oração da fé: Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu (Mt 6,10).
       São estes os pacíficos, estes os unânimes no bem, santamente concordes, que receberão o nome eterno de filhos de Deus, co-herdeiros de Cristo (cf. Rm 8,17). Porque o amor de Deus e o do próximo lhes obterão não mais sentir adversidades, não mais temer escândalo algum. Mas terminado o combate de todas as tentações, repousarão na tranqüila paz de Deus, por nosso Senhor que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
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Do Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa (séc. V)

1ª Carta aos Coríntios 5,8


Celebremos, pois, a festa,
não com o fermento velho,
nem com o fermento da malícia e da corrupção,
mas com os ázimos da pureza e da verdade.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

iIndependência é vida, e não morte. Sob determinados aspectos, o Brasil está morrendo.



       Em qualquer parte do mundo, independência, liberdade, democracia, justiça, ética, planejamento e ordem melhoram a saúde, a educação e a qualidade de vida dos cidadãos. Governo e povo são inteligentes, quando contemplam de forma integrada essas sete dimensões, como telhas imbricadas de um telhado de edificação. Basta o suprimento de uma delas para criar furos, vazamento e bolhas. Importante salientar que espiritualidade também é atividade essencial para o ser humano. Na era moderna, desenvolvimento ocorre gradual e cumulativamente, não é mais feito por revoluções.
       Há no Brasil 32 milhões de famintos e sem expectativas de melhorar o padrão de vida. A principal causa é a falta de planejamento familiar: estava nu e não me orientaste e nem ofereceste condição para me vestir, estava com fome e nem me educaste para comprar comida e um teto para morar. Mudam os governantes e os discursos são plagiados, mas a pobreza continua a mesma há 512 anos. As condições para o país ser de fato independente estão em aqui junto do povo brasileiro, e não na Europa, América do Norte, África, Ásia, Oceania.
       Para alcançar independência, todos os cidadãos necessitam libertar-se da retórica, despojar-se das falsas idéias, agir com honestidade, fazer observações com senso crítico e de maneira objetiva. Uma das missões da Escola, Igreja e meios de comunicação é livrar a juventude da magia e do encantamento. Há no ar excessiva ingenuidade, contradições, linguagem corrompida, inverdades, palpites e animalidade.
       No século XXI, sob alguns ângulos, a independência do Brasil enfraqueceu e desmoronou. O povo precisa ser alertado para esses agravantes. Há excessiva propaganda consumista, fingimento das responsabilidades éticas, falta de planejamento para agir e resolver definitivamente o problema da pobreza num período de oito a dez anos.
       INDEPENDÊNCIA NÃO É CONVENÇÃO, MAS MARCO DA HISTÓRIA NACIONAL E PERTENÇA SOCIAL. Pobreza, corrupção, má administração das instituições e coisas públicas são ataques à independência, não são problemas só do governo, seus ou meus, mas de todos que tem alguma competência de interferir no processo. Portanto, independência sugere mudanças, lembrando que a essência do direito é a justiça, a essência da justiça é a dignidade e a essência da dignidade é o amor ao próximo e a Deus.
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Pedro Antônio Bernardi
(jornalista, economista, professor universitário aposentado, consultor de comunicação social, palestrante, autor de livros)