sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Grito-alerta" para a excessiva materialização do Natal


            Respira-se a magia do Natal. Plagiando Santo Agostinho, Natal existe na alma, e não só no comércio e nas coisas materiais. O Menino faz-se presente na memória, gratuidade, bondade, disponibilidade, espiritualidade e santificação. Natal reclama de choque cultural e religioso e rápido processo de desmaterialização. A Igreja não é contra o capitalismo, a renda, o Papai Noel. Condena a riqueza conquistada a qualquer preço, o dinheiro público furtado e mal gerenciado, o desvirtuamento das festividades cristãs. Quem faz caridade com chapeu alheio é exibicionista e enganador.
Por ser uma das celebrações mais significativas da história, o Natal devia contagiar o coração, a alma, a mente e o corpo inteiro das pessoas. É a celebração do renascimento do Menino de Nazaré, o verdadeiro Salvador dos pobres e ricos de todas as etnias. Jesus, a Família Sagrada e a Trindade são o eixo central da festividade. O nascimento e a presença física do Menino Salvador asseguram felicidade e salvação à humanidade.
Mesmo com essa certeza e motivações inquestionáveis, parte da sociedade prefere ignorar o significado do Natal e aderir o paganismo e o consumismo. Não há Natal, nas famílias onde seus integrantes se guerreiam brutalmente, pais desprezam os filhos, crianças e jovens ignoram os pais. O Menino não habita em corações contaminados pelo ódio, inveja e orgulho. O Salvador está desconectado da gente que lesa e causa danos aos cidadãos, por meio da enganação, perseguição, desonestidade e mentiras. Quem faz com consciência o semelhante sofrer, não crê, não teme a Deus e não vivencia o Natal.
Em ritmo acelerado, a globalização econômica e dos meios de comunicação promove grandes transformações tecnológicas, científicas e políticas, algumas boas e outras questionáveis, mas, lamentavelmente, a ignorância religiosa enraizada e a corrupção alicerçada são pragas que persistem e violentam a espiritualidade, a ética, a cidadania, a família e a fé de parcela da população brasileira. A beleza do Natal não se concentra exclusivamente no brilho das decorações e encenações, na alegria da confraternização familiar, no prazer de enviar e receber mensagens, cartões e presentes. Natal sem fé e amor é festividade pagã, vazia e descaracterizada.
E mais: Sem transcendência e respeito ao próximo, o ser humano elege para si problemas e angústias. É hora de refletir e fazer ajustamentos. Parte da programação televisiva é plausível, mas parte corrompe comportamentos, costumes, atitudes, manifestações, ritos, significados e valores vitais. Imprescindíveis para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida, a evolução e as mudanças adquirem poder e status na sociedade moderna, mas também, quando mal empregadas, desvirtuam, desmoralizam e colocam a humanidade em permanente estado de insegurança, crises, riscos e dilacerações.

(Pedro Antonio Bernardi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.