quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Religião erra quando exorbita (Pedro Antônio Bernardi)


Bem da verdade, devia existir uma só religião, mas não é bem isso que acontece. O mercado das religiões está superaquecido. Existe até seita que exibe na televisão pessoa que teve dívida paga por Deus, situação inexplicável e revoltante. Algumas religiões estão saindo de sua órbita e finalidade. Lá do Alto, o Pai Bondoso está triste com falsos profetas e pregadores que ultrapassam o limite da razoabilidade. Diante da dor, do desespero, da pobreza e da ignorância ninguém tem o direito de abusar ou usar indevidamente poderes.

A descaracterização da religião envergonha até Deus. A única coisa que Ele nos pede é amor na alma, no coração, na mente, no corpo inteiro. Não se pode admitir, passivamente, o desrespeito e a corrupção de valores sagrados. Beneficiadas por leis enfermas e impuras, algumas seitas estão acumulando fortunas. A Igreja cristã, as universidades e todos os setores esclarecidos e conscientes devem se unir para impedir ou, pelo menos, dificultar que a atuação de alguns aproveitadores continue contaminando a única e verdadeira religião: Amar a Deus sobre tudo e todas as coisas, amar o próximo, amar a si mesmo.

O momento é sério e está fora de controle. As religiões não podem cultivar ciclo vicioso de sonhos de pobres e desprotegidos. Vamos parar de atribuir tarefas a Deus, como se Ele fosse um sistema responsável por situações econômico-financeiras difíceis, apertasse a tomada e instantaneamente desse a luz e solucionasse os problemas da pessoa, da família, da comunidade, da Pátria. Por conta dessas expectativas absurdas, há mães e crianças morrendo por não existirem programas oficiais de planejamento familiar, milhões de brasileiros falecem por falta de assistência hospitalar ou de alguma coisa para comer, outros tantos querem sair do estágio em que se encontram, mas faltam oportunidades de trabalho, qualificação profissional, rendimento, condições para estudar.

Quando a religião exorbita, distorce a verdade, dificulta a espiritualidade e impede que o ser humano conheça direitos e deveres sociais e cívicos. A tristeza maior é ouvir diariamente pronunciamentos vazios de uns e de outros – governantes, políticos, demagogos, religiosos – se assemelharem aos discursos de falsos milagreiros. Só resta advertir que, de madrugada e de dia, é hora de recomendar a quem renova, administra, influencia, governa e é referência de perfeição, que a educação, a comunicação e a religião protegem e conduzem a todos para o bem, a paz e a felicidade terrestre e celeste. Progresso, inteligência, caridade e amor inspiram harmonia entre cristãos que tem o Pai, o Filho e o Espírito Santo em níveis de assessoria, esperança, atuação e fé.

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