A Igreja exulta de
alegria e gratidão pela beatificação do Papa Paulo VI. Os santos nos impelem à
santidade. Paulo VI é o Papa da continuação, conclusão, recepção e aplicação do
Concílio Vaticano II. Vamos conhecê-lo um pouco.
1. Um Papa
original.
Ele acolheu leigos e membros de outras religiões como ouvintes do Concílio.
Criou o Secretariado para os não cristãos. Desfez-se da tiara, coroa com a qual
os Papas eram coroados no início do Pontificado e deu o dinheiro aos pobres.
Sua atenção pelos pobres aparece no Primeiro Sínodo sobre a justiça, mas,
principalmente na Encíclica (Popularum Progressio, 1967). Com Paulo VI iniciou-se
a evangelização dos Papas às nações do mundo através das viagens apostólicas.
Foi o primeiro Papa a visitar a Terra Santa, a America Latina, a ONU, a
Organização Internacional do Trabalho, a Índia, as Filipinas onde sofreu um
atentado. Foi o primeiro Papa a sair da Itália para evangelizar.
2. Um Papa
decididamente ecumênico. Beija os pés do Patriarca de Constantinopla,
devolve a relíquia da cabeça de Santo André à Igreja Ortodoxa. Retirou a
excomunhão entre católicos e ortodoxos. Visitou o Conselho Ecumênico das
Igrejas em Genebra. Devolveu a bandeira da Turquia que foi retida pelos
católicos desde a batalha de Lepanto (1530). Este foi um gesto de aproximação
do Islão.
3. Um Papa de
amor à Igreja.
Este amor se manifesta na fidelidade ao Concílio Vaticano II. Soube carregar a
pesada cruz do pós-concílio. Sofreu críticas oposições, rejeições, afrontas.
Seu amor à Igreja tem sua raiz na espiritualidade da cruz. O famoso Credo de
Paulo VI é um testamento sobre fé católica visto que apareceram muitas crises,
dúvidas, heresias, noites escuras a respeito da fé. Surgiu o catecismo
Holandês. Paulo VI é o Papa da fé. Sua primeira Encíclica foi sobre o diálogo
no interior da Igreja e com o mundo. Com Paulo VI aprendemos a amar
apaixonadamente a Cristo, a Igreja e o homem. Uma grande e gloriosa etapa do
Pontificado de Paulo VI foi a publicação da Encíclica sobre a Evangelização no
mundo contemporâneo (1975) a famosa “Evangelii Nuntiandi” que é um documento
inesgotável, atual, inspirador. Trata-se de uma Carta Magna sobre a
Evangelização. Paulo VI é o santo da renovação, atualização, inculturação da
Igreja. Declarou Santa Tereza de Avila e Santa Catarina de Sena doutoras da
Igreja.
4. Um Papa místico
e sábio.
Era visível em Paulo VI a ternura e a coragem, a fé e a transformação social, a
interioridade e a profecia , a mística e a ciência, a santidade e diplomacia.
Sua aparente fragilidade e fraqueza física são superadas pela singular força de
vontade, pela extraordinária inteligência, pela intensa vida espiritual. Seu
amor a Maria era grande. Declarou Maria, Mãe da Igreja, visitou Fátima e Éfeso
na Turquia e escreveu a Exortação Apostólica Marialis Cultus sobre o culto a
Maria.
5.
Um Papa profeta da paz. Proclamou o Primeiro dia do Ano como dia Mundial da
Paz. Foi à ONU como peregrino e profeta da paz. Grande amigo de Dom Helder
Câmara sempre apoiou o amor preferencial aos pobres, a luta dos camponeses,
operários, jovens. Enfrentou problemas em relação à guerra no Vietnã. Sua
coragem profética foi um grito em prol da justiça no mundo como condição para a
paz.
6.
Um Papa marcado pela cruz. Paulo VI abraçou a cruz da rejeição e da
incompreensão dentro e fora da Igreja. Sofreu ao iniciar a reforma da Curia
Romana, ao confirmar o celibato dos padres, ao simplificar as vestes dos
cardeais, bispos e mudar a estrutura do Vaticano como também ao abrir o coração
da Igreja aos pobres. A reforma do Missal Romano, a aplicação dos Documentos do
Concílio, a decisão de escrever a Encíclica Humanae Vitae sobre a paternidade
responsável custaram-lhe muito sofrimento. Sofreu o “martírio cotidiano” pelo
amor e fidelidade à Igreja. Em tudo isso, sua santidade pessoal foi comprovada.
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