quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Se "Ele" não tivesse nascido no tempo...
Desperta, ó
homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te
dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua
causa, repito, Deus se fez homem.
Estarias
morto para sempre, se ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias
da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do
pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua
misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua
morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não
viesse salvar-te.
Celebremos
com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa,
em que o grande e eterno Dia, gerado pelo Dia grande e eterno, veio a este
nosso dia temporal e tão breve.
____________________________________
Dos Sermões
de Santo Agostinho, bispo no séc. V
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Da mesma natureza que nós
Aprendemos que este Verbo,
a Palavra de Deus, Se fez carne de uma virgem e que assumiu o homem velho,
renovando a sua natureza. Sabemos que a humanidade do Verbo é feita da mesma
natureza que nós. Porque se não fosse assim, em vão Ele nos teria mandado imitá-Lo
como nosso mestre. Se este homem tivesse outra natureza, como poderia mandar-me
fazer como Ele, a mim que sou fraco por natureza? E então, onde estava a sua
bondade, a sua justiça?
Para deixar bem claro que não é diferente de nós, Ele quis
suportar a fadiga e conhecer a fome; não Se recusou a ter sede, encontrou o seu
repouso no sono, não recusou o sofrimento, sujeitou-Se à morte e tornou
manifesta a sua ressurreição. Em tudo isto, ofereceu como primícias a sua própria humanidade,
para que tu, quando sofres, não percas a coragem, mas, reconhecendo que és
homem, esperes, tu também, receber o que o Pai deu a este homem.
____________________
Santo Hipólito de Roma,
presbítero e mártir no séc.
III
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
"O Amor é a tua Lei" (J. Thomaz Filho - Frei A. Fabreti)
Tu és o Rei dos Reis! O Deus do Céu deu-Te o Reino,
força e glória
e entregou em tuas mãos a nossa história! Tu és Rei e o Amor é tua Lei!
Sou o
primeiro e derradeiro, fui ungindo pelo amor!
Vós sois meu Povo, eu vosso Rei e Senhor Redentor!
Tu és o Rei dos Reis! O Deus do Céu deu-Te o Reino,
força e glória
e entregou em tuas mãos a nossa história! Tu és Rei e o Amor é tua Lei!
Vos
levarei às grandes fontes, dor e fome não tereis!
Vós sois
meu Povo, eu vosso Rei, junto a mim vivereis!
Tu és o Rei dos Reis! O Deus do Céu deu-Te o Reino,
força e glória
e entregou em tuas mãos a nossa história! Tu és Rei e o Amor é tua Lei!
Oração em honra do Rei eucarístico, do Papa São João XXIII
Jesus, Rei
dos homens e dos séculos, acolhe as homenagens de adoração e de louvor que nós,
teus irmãos de adoção, Te dirigimos humildemente. Tu és «o pão de Deus que dá
a vida ao mundo» (Jo 6,33), simultaneamente sumo-sacerdote e vítima.
Imolaste-Te na cruz pela redenção do gênero humano e hoje, pela mão dos teus
sacerdotes, ofereces-Te todos os dias nos altares a fim de instaurares em todos
os corações o teu «Reino de santidade e de vida, de justiça e de graça, de amor
e de paz» (Prefácio da festa).
Que o teu
reino venha a nós, ó Rei da glória! (Sl 23) Do alto do teu «trono da graça» (Hb
4,16), reina no coração das crianças, para que elas conservem sem pecado o
lírio imaculado da inocência; reina no coração dos jovens, para que cresçam
sãos e puros, dóceis para com aqueles que Te representam no seio da família, da
escola e da Igreja. Reina nos lares, para que pais e filhos vivam em harmonia
no cumprimento da tua santíssima Lei. Reina na nossa pátria, para que todos os
cidadãos, na ordem e na compreensão entre as classes sociais, se sintam filhos
do mesmo Pai celeste, chamados a colaborar para o bem temporal de todos,
felizes por pertenceram ao único corpo místico de que o teu sacramento é
simultaneamente símbolo e fonte inesgotável!
Reina por
fim, ó «Rei dos reis e Senhor dos senhores» (Ap 19,16; Dt 10,17), em todas as
nações da terra e ilumina os responsáveis de todas elas para que, inspirando-se
no teu exemplo, alimentem «desígnios de prosperidade e não de calamidade» (Jer
29,11). Faz com que todos os povos, Jesus eucarístico, Te sirvam em plena
liberdade, conscientes de que «servir a Deus é reinar».
(Boletim quotidiano do Ufficio Stampa Vaticana,
24/01/1959)
sábado, 22 de novembro de 2014
2014 - Solenidade de Cristo Rei
Eterna imagem do
Altíssimo,
sois Deus de Deus,
Luz da Luz.
A vós a glória, o
poder,
Redentor nosso,
Jesus.
Centro
e esperança da História,
antes
dos tempos, sois vós.
Vós
imperais sobre tudo,
reinai
também sobre nós.
Da
raça humana cabeça,
sois duma Virgem a
flor,
pedra que, vindo do
monte,
a terra inteira
ocupou.
A raça humana,
sujeita
a um tirano cruel,
por
vós, quebrou as cadeias
e
fez-se herdeira do céu.
Legislador,
sacerdote,
na veste em sangue
trazeis escrito:
“Chefe dos chefes
e Rei supremo dos
reis”.
Glória ao Deus Pai,
ao Espírito
e
a vós, ó Cristo Jesus,
que
aos resgatados no sangue
levais
ao Reino da luz.
Os 7 conselhos de Santo Ambrósio para educar bem
1. A educação dos
filhos é para adultos dispostos a arriscar uma dedicação que se esquece de si mesmo:
serão capazes o marido e a mulher que se amam o suficiente para não mendigar
afeto.
2. O bem dos
seus filhos será aquele que eles
próprios escolherem: não sonhem por eles os seus desejos. Bastará que saibam
amar o bem e se guardar do mal, e que tenham horror à mentira.
3. Não
pretendam, portanto, definir o futuro deles; tenham confiança neles, mesmo que
os surpreendam e pareçam se esquecer de vocês.
4. Não encorajem
ingênuos sonhos de grandeza, mas se Deus os chama para algo belo e grande, não
sejam vocês a pedra que os impeça de voar.
5. Não tenham a
arrogância de tomar decisões no lugar deles, mas os ajudem a entender que é
preciso decidir, e não se assustem se aquilo que amam causa cansaço e às vezes
faz sofrer: é insuportável uma vida vivida por nada.
6. Mais que seus
conselhos, irá ajudá-los a estima que eles têm por vocês e a estima que vocês
têm por eles; mais do que mil recomendações sufocantes, irão ajudá-los os
gestos que viram em casa: os afetos simples, corretos e expressos com pudor, a
estima recíproca, o senso de proporção, o domínio das paixões, o gosto pelas
coisas belas e a arte, a força também de sorrir. E todos os discursos sobre
caridade não me ensinaram mais do que os gestos da minha mãe, que dava espaço
em casa para um mendigo faminto. Não encontro gesto melhor para dizer do
orgulho de ser homem, do que quando meu pai tomou a vez para defender um homem
acusado injustamente.
7. Que os filhos habitem a
vossa casa com aquele saudável bem-estar que traz felicidade e os encoraja
justamente a sair de casa, pois se trata de um ambiente de confiança em Deus e
do gosto de viver bem.
______________________________________
Santo Ambrósio, bispo de Milão no séc. III
("Sete
diálogos com Ambrósio, bispo de Milão”, Milão, Centro Ambrosiano, 1996)
domingo, 9 de novembro de 2014
Ó Pai, somos nós o Povo Eleito que Cristo vei reunir!
Ó PAI, SOMOS NÓS O POVO ELEITO
QUE CRISTO VEIO REUNIR!
Pra viver da sua vida, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra ser Igreja peregrina, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra ser sinal da Salvação, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra anunciar o Evangelho,Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra servir na unidade, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra celebrar a sua glória, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra construir um mundo novo, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
Pra caminhar na esperança, Aleluia!
O Senhor nos enviou, Aleluia!
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Jesus, Mestre (B. Tiago Alberione)
Jesus, Mestre:
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria;
que eu ame com o teu coração;
que eu veja com os teus olhos;
que eu fale com a tua língua;
que eu ouça com os teus ouvidos;
que as minhas mãos sejam as tuas;
que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas;
que eu reze com as tuas orações;
que eu celebre como tu te imolaste;
que eu esteja em ti e tu em mim.
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria;
que eu ame com o teu coração;
que eu veja com os teus olhos;
que eu fale com a tua língua;
que eu ouça com os teus ouvidos;
que as minhas mãos sejam as tuas;
que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas;
que eu reze com as tuas orações;
que eu celebre como tu te imolaste;
que eu esteja em ti e tu em mim.
Amém.
domingo, 19 de outubro de 2014
"Credo" do Povo de Deus (do Beato Papa Paulo VI)
1. Cremos em um só Deus - Pai, Filho e Espírito
Santo - Criador das coisas visíveis - como este mundo, onde se desenrola nossa
vida passageira -, Criador das coisas invisíveis - como são os puros espíritos,
que também chamamos anjos-, Criador igualmente, em cada homem, da alma
espiritual e imortal.
2. Cremos que este Deus único é tão
absolutamente uno em sua essência santíssima como em todas as suas demais
perfeições: na sua onipotência, na sua ciência infinita, na sua providência, na
sua vontade e no seu amor. Ele é Aquele que é, conforme Ele próprio revelou a
Moisés (cf. Ex 3,14); Ele é Amor como nos ensinou o Apóstolo São João (cf. 1Jo
4,8); de tal maneira que estes dois nomes - Ser e Amor - exprimem inefavelmente a
mesma divina essência Daquele que se quis manifestar a nós e que, habitando uma
luz inacessível (cf 1Tm 6,16), está, por si mesmo, acima de todo nome, de todas
as coisas e de todas as inteligências criadas. Só Deus pode dar-nos um
conhecimento exato e pleno de si mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito
Santo, de cuja vida eterna somos pela graça chamados a participar, aqui na
terra, na obscuridade da fé, e, depois da morte, na luz sempiterna. As relações
mútuas, que constituem eternamente as Três Pessoas, sendo, cada uma delas, o
único e mesmo Ser Divino, perfazem a bem-aventurada vida íntima do Deus
Santíssimo, infinitamente acima de tudo o que podemos conceber à maneira
humana. Entretanto, rendemos graças à Bondade divina pelo fato de poderem numerosíssimos crentes
dar testemunho conosco, diante dos homens, sobre a unidade de Deus, embora não
conheçam o mistério da Santíssima Trindade.
3. Cremos, portanto, em Deus Pai que desde toda
a eternidade gera o Filho; cremos no Filho, Verbo de Deus que é eternamente
gerado; cremos no Espírito Santo, Pessoa incriada, que procede do Pai e do
Filho como Amor sempiterno de ambos. Assim nas três Pessoas Divinas que são
igualmente eternas e iguais entre si, a vida e a felicidade de Deus
perfeitamente uno superabundam e se consumam na superexcelência e glória
próprias da Essência incriada; e sempre se deve venerar a unidade na
Trindade e a Trindade na unidade.
4. Cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho
de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial
ao Pai, homoousious to Patri. Por Ele tudo foi feito. Encarnou
por obra do Espírito Santo, de Maria Virgem, e se fez homem. Portanto, é igual
ao Pai, segundo a divindade, mas inferior ao Pai, segundo a humanidade,
absolutamente uno, não por uma confusão de naturezas (que é impossível), mas
pela unidade da pessoa.
5. Ele habitou entre nós, cheio de graça e de
verdade. Anunciou e fundou o Reino de Deus, manifestando-nos em si mesmo o Pai.
Deu-nos o seu mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou.
Ensinou-nos o caminho das bem-aventuranças evangélicas, isto é: a ser pobres de
espírito e mansos, a tolerar os sofrimentos com paciência, a ter sede de
justiça, a ser misericoridosos, puros de coração e pacíficos, a suportar
perseguição por causa da virtude. Padeceu sob Pôncio Pilatos, Cordeiro de Deus
que carregou os pecados do mundo, e morreu por nós pregado na Cruz,
trazendo-nos a salvação pelo seu Sangue redentor. Foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia pelo seu próprio poder, elevando-nos por esta sua ressurreição
a participarmos da vida divina que é a graça. Subiu ao céu, de onde há de vir
novamente, mas então com glória, para julgar os vivos e os mortos, a cada um
segundo os seus méritos: os que corresponderam ao Amor e à Misericórdia de Deus
irão para a vida eterna; porém os que os tiverem recusado até a morte serão
destinados ao fogo que nunca cessará. E o seu reino não terá fim.
6. Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a
vida e que com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado. Foi Ele que
falou pelos profetas e nos foi enviado por Jesus Cristo, depois de sua
ressurreição e ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e governa a
Igreja, purificando seus membros, se estes não rejeitam a graça. Sua ação, que
penetra no íntimo da alma, torna o homem capaz de responder àquele preceito de
Cristo: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (cf. Mt
5,48).
7. Cremos que Maria Santíssima, que permaneceu
sempre Virgem, tornou-se Mãe do Verbo Encarnado, nosso Deus e Salvador, Jesus
Cristo; e que por motivo desta eleição singular, em consideração dos méritos de
seu Filho, foi remida de modo mais sublime, e preservada imune de toda a mancha
do pecado original; e que supera de longe todas as demais criaturas, pelo dom
de uma graça insigne.
8. Associada por um vínculo estreito e
indissolúvel aos mistérios da Encarnação e da Redenção, a Santíssima Virgem
Maria, Imaculada, depois de terminar o curso de sua vida terrestre, foi elevada
em corpo e alma à glória celestial; e, tornada semelhante a seu Filho, que
ressuscitou dentre os mortos, participou antecipadamente da sorte de todos os
justos. Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua
no céu a desempenhar seu ofício materno, em relação aos membros de Cristo,
cooperando para gerar e desenvolver a vida divina em cada uma das almas dos
homens que foram remidos.
9. Cremos que todos pecaram em Adão; isto
significa que a culpa original, cometida por ele, fez com que a natureza, comum
a todos os homens, caísse num estado no qual padece as consequências dessa
culpa. Tal estado já não é aquele em que no princípio se encontrava a natureza
humana em nossos primeiros pais, uma vez que se achavam constituídos em
santidade e justiça, e o homem estava isento do mal e da morte. Portanto, é
esta natureza assim decaída, despojada de dom da graça que antes a adornava,
ferida em suas próprias forças naturais e submetidas ao domínio da morte, é
esta que é transmitida a todos os homens. Exatamente neste sentido, todo homem
nasce em pecado. Professamos pois, segundo o Concílio de Trento, que o pecado
original é transmitido juntamente com a natureza humana, pela propagação e não
por imitação, e se acha em cada um como próprio.
10. Cremos que Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo
Sacrifício da Cruz, nos remiu do pecado original e de todos os pecados
pessoais, cometidos por cada um de nós; de sorte que se impõe como verdadeira a
sentença do Apóstolo: "onde abundou o delito, superabundou a graça"
(cf. Rm 5,20).
11. Cremos professando num só Batismo,
instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para a remissão dos pecados. O Batismo
deve ser administrado também às crianças que não tenham podido cometer por si
mesmas pecado algum; de modo que, tendo nascido com a privação da graça
sobrenatural, renasçam da água e do Espírito Santo para a vida divina em Jesus
Cristo.
12. Cremos na Igreja una, santa, católica e
apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro. Ela é o Corpo
Místico de Cristo, sociedade visível, estruturada em órgãos hierárquicos e, ao
mesmo tempo, comunidade espiritual. Igreja terrestre, Povo de Deus peregrinando
aqui na terra, e Igreja enriquecida de bens celestes, germe e começo do Reino
de Deus, por meio do qual a obra e os sofrimentos da Redenção continuam ao
longo da história humana, aspirando com todas as forças a consumação perfeita,
que se conseguirá na glória celestial após o fim dos tempos. No decurso do
tempo, o Senhor Jesus forma a sua Igreja pelos Sacramentos que emanam de sua
plenitude. Por eles a Igreja faz com que seus membros participem do mistério da
Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, pela graça do Espírito Santo que a
vivifica e move. Por conseguinte, ela é santa, apesar de incluir pecadores no
seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da graça. Se
realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se dela se
afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho e a
difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por esses
pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de
Cristo e pelo dom do Espírito Santo.
13. Herdeira das promessas divinas e filha de
Abraão segundo o Espírito, por meio daquele povo de Israel, cujos livros
sagrados guarda com amor e cujos Patriarcas e Profetas venera com piedade;
edificada sobre o fundamento dos Apóstolos, cuja palavra sempre viva
e cujos poderes, próprios de Pastores, vem transmitindo fielmente de geração em
geração, no sucessor de Pedro e nos Bispos em comunhão com ele; gozando enfim
da perpétua assistência do Espírito Santo, a Igreja tem o encargo de conservar,
ensinar, explicar e difundir a Verdade que Deus revelou aos homens, veladamente
de certo modo pelos Profetas, e plenamente pelo Senhor Jesus. Nós cremos todas
essas coisas que estão contidas na Palavra de Deus por escrito ou por tradição,
e que são propostas pela Igreja, quer em declaração solene quer no Magistério
ordinário e universal, para serem cridas como divinamente reveladas. Nós cremos
na infalibilidade de que goza o Sucessor de Pedro, quando fala ex cathedra,
como Pastor e Doutor de todos os cristãos e que reside também no Colégio dos
Bispos, quando com o Papa exerce o Magistério supremo.
14. Cremos que a Igreja, fundada por Cristo e
pela qual Ele orou, é indefectivelmente una, na fé, no culto e no vínculo
da comunhão hierárquica. No seio desta Igreja, a riquíssima variedade dos ritos
litúrgicos e a diversidade legítima do patrimônio teológico e espiritual ou de
disciplinas peculiares, longe de prejudicar a unicidade, antes a declaram.
15. Reconhecendo também que fora da estrutura da
Igreja de Cristo existem muitos elementos de santificação e de verdade, que
como dons próprios da mesma Igreja impelem à unidade católica, e crendo, por
outra parte, na ação do Espírito Santo que suscita em todos os discípulos de
Cristo o desejo desta unidade, esperamos que os cristãos que ainda não gozam da
plena comunhão com a única Igreja, se unam afinal num só rebanho sob um único
Pastor.
16. Cremos que a Igreja é necessária para a
Salvação, pois só Cristo é o Mediador e caminho da salvação, e Ele se torna
presente a nós no seu Corpo que é a Igreja. Mas o desígnio divino da Salvação
abrange a todos os homens; e aqueles que, ignorando sem culpa o Evangelho de
Cristo e sua Igreja, procuram todavia a Deus com sincero coração, e se
esforçam, sob o influxo da graça, por cumprir com obras a sua vontade,
conhecida pelo ditame da consciência, também esses, em número aliás que somente
Deus conhece, podem conseguir a salvação eterna.
17. Cremos que a Missa, celebrada pelo sacerdote, que representa a pessoa
de Cristo, em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem, e oferecida por
ele em nome de Cristo e dos membros do seu Corpo Místico, é realmente o
Sacrifício do Calvário, que se torna sacramentalmente presente em nossos
altares. Cremos que, como o Pão e o Vinho consagrados pelo Senhor, na última
ceia, se converteram no seu Corpo e Sangue, que logo iam ser oferecidos por nós
na Cruz; assim também o Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote se convertem
no Corpo e Sangue de Cristo que assiste gloriosamente no céu. Cremos ainda que
a misteriosa presença do Senhor, debaixo daquelas espécies que continuam
aparecendo aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença
verdadeira, real e substancial.
18. Neste sacramento, pois, Cristo não pode estar
presente de outra maneira a não ser pela mudança de toda a substância do pão no
seu Corpo, e pela mudança de toda a substância do vinho no seu Sangue,
permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que
percebemos com os nossos sentidos. Esta mudança misteriosa é chamada pela
Igreja com toda a exatidão e conveniência transubstanciação. Assim, qualquer
interpretação de teólogos, buscando alguma inteligência deste mistério, para
que concorde com a fé católica, deve colocar bem a salvo que na própria
natureza das coisas, isto é, independentemente do nosso espírito, o pão e o
vinho deixaram de existir depois da consagração, de sorte que o Corpo adorável
e o Sangue do Senhor Jesus estão na verdade diante de nós, debaixo das espécies
sacramentais do pão e do vinho, conforme o mesmo Senhor quis, para se dar a nós
em alimento e para nos associar pela unidade do seu Corpo Místico.
19. A única e indivísivel existência
de Cristo nosso Senhor, glorioso no céu, não se multiplica mas se torna
presente pelo Sacramento, nos vários lugares da terra, onde o
Sacrifício Eucarístico é celebrado. E depois da celebração do Sacrifício, a
mesma existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, o qual no
sacrário do altar é como o coração vivo de nossas igrejas. Por isso estamos
obrigados, por um dever certamente suavíssimo, a honrar e adorar, na
Sagrada Hóstia que os nossos olhos vêem, ao próprio Verbo Encarnado que eles
não podem ver, e que, sem ter deixado o céu, se tornou presente diante de nós.
20. Confessamos igualmente que o Reino de Deus,
começado aqui na terra na Igreja de Cristo, "não é deste mundo" (cf. Jo 18,36),
"cuja figura passa" (cf. 1Cor 7,31), e também que o seu crescimento
próprio não pode ser confundido com o progresso da cultura humana ou das
ciências e artes técnicas; mas consiste em conhecer, cada vez mais profundamente,
as riquezas insondáveis de Cristo, em esperar sempre com maior firmeza os bens
eternos, em responder mais ardentemente ao amor de Deus, enfim em difundir-se
cada vez mais largamente a graça e a santidade entre os homens. Mas com o mesmo
amor, a Igreja é impelida a interessar-se continuamente pelo verdadeiro bem
temporal dos homens. Pois, não cessando de advertir a todos os seus filhos que
eles "não possuem aqui na terra uma morada permanente" (cf. Hb 13,14),
estimula-os também a que contribuam, segundo as condições e os recursos de cada
um, para o desenvolvimento da própria sociedade humana; promovam a justiça, a
paz e a união fraterna entre os homens; e prestem ajuda a seus irmãos,
sobretudo aos mais pobres e mais infelizes. Destarte, a grande solicitude com
que a Igreja, Esposa de Cristo, acompanha as necessidades dos homens, isto é,
suas alegrias e esperanças, dores e trabalhos, não é outra coisa senão o
ardente desejo que a impele com força a estar presente junto deles, tencionando
iluminá-los com a luz de Cristo, congregar e unir a todos Naquele que é o seu
único Salvador. Tal solicitude entretanto, jamais se deve interpretar como se a
Igreja se acomodasse às coisas deste mundo, ou se tivesse resfriado no fervor
com que ela mesma espera seu Senhor e o Reino eterno.
21. Cremos na vida eterna. Cremos que as almas de
todos aqueles que morrem na graça de Cristo - quer as que se devem ainda
purificar no fogo do Purgatório, quer as que são recebidas por Jesus no
Paraíso, logo que se separam do corpo, como sucedeu com o Bom Ladrão -, formam
o Povo de Deus para além da morte, a qual será definitivamente vencida no dia
da Ressurreição, em que estas almas se reunirão a seus corpos.
22. Cremos que a multidão das almas, que já
estão reunidas com Jesus e Maria no Paraíso, constituem a Igreja do céu,
onde gozando da felicidade eterna, vêem Deus como Ele é (cf. 1Jo 3,2), e
participam com os santos Anjos, naturalmente em grau e modo diverso, do governo
divino exercido por Cristo glorioso, uma vez que intercedem por nós e ajudam
muito a nossa fraqueza, com a sua solicitude fraterna.
23. Cremos na comunhão de todos os fiéis de
Cristo, a saber: dos que peregrinam sobre a terra, dos defuntos que ainda se
purificam e dos que gozam da bem-aventurança do céu, formando todos juntos uma
só Igreja. E cremos igualmente que nesta comunhão dispomos do amor
misericordioso de Deus e dos seus Santos, que estão sempre atentos para ouvir
as nossas orações, como Jesus nos garantiu: "Pedi e recebereis" (cf. Lc 10,9-10; Jo 16,24).
Professando está fé e apoiados nesta esperança, nós aguardamos a ressurreição
dos mortos e a vida do século futuro.
Bendito seja Deus: Santo, Santo, Santo! Amém.
Pronunciado diante da
Basílica de São Pedro,
em 30 de junho do ano
de 1968.
19/10/2014 - Beatificação do Papa Paulo VI (Dom Orlando Brandes)
A Igreja exulta de
alegria e gratidão pela beatificação do Papa Paulo VI. Os santos nos impelem à
santidade. Paulo VI é o Papa da continuação, conclusão, recepção e aplicação do
Concílio Vaticano II. Vamos conhecê-lo um pouco.
1. Um Papa
original.
Ele acolheu leigos e membros de outras religiões como ouvintes do Concílio.
Criou o Secretariado para os não cristãos. Desfez-se da tiara, coroa com a qual
os Papas eram coroados no início do Pontificado e deu o dinheiro aos pobres.
Sua atenção pelos pobres aparece no Primeiro Sínodo sobre a justiça, mas,
principalmente na Encíclica (Popularum Progressio, 1967). Com Paulo VI iniciou-se
a evangelização dos Papas às nações do mundo através das viagens apostólicas.
Foi o primeiro Papa a visitar a Terra Santa, a America Latina, a ONU, a
Organização Internacional do Trabalho, a Índia, as Filipinas onde sofreu um
atentado. Foi o primeiro Papa a sair da Itália para evangelizar.
2. Um Papa
decididamente ecumênico. Beija os pés do Patriarca de Constantinopla,
devolve a relíquia da cabeça de Santo André à Igreja Ortodoxa. Retirou a
excomunhão entre católicos e ortodoxos. Visitou o Conselho Ecumênico das
Igrejas em Genebra. Devolveu a bandeira da Turquia que foi retida pelos
católicos desde a batalha de Lepanto (1530). Este foi um gesto de aproximação
do Islão.
3. Um Papa de
amor à Igreja.
Este amor se manifesta na fidelidade ao Concílio Vaticano II. Soube carregar a
pesada cruz do pós-concílio. Sofreu críticas oposições, rejeições, afrontas.
Seu amor à Igreja tem sua raiz na espiritualidade da cruz. O famoso Credo de
Paulo VI é um testamento sobre fé católica visto que apareceram muitas crises,
dúvidas, heresias, noites escuras a respeito da fé. Surgiu o catecismo
Holandês. Paulo VI é o Papa da fé. Sua primeira Encíclica foi sobre o diálogo
no interior da Igreja e com o mundo. Com Paulo VI aprendemos a amar
apaixonadamente a Cristo, a Igreja e o homem. Uma grande e gloriosa etapa do
Pontificado de Paulo VI foi a publicação da Encíclica sobre a Evangelização no
mundo contemporâneo (1975) a famosa “Evangelii Nuntiandi” que é um documento
inesgotável, atual, inspirador. Trata-se de uma Carta Magna sobre a
Evangelização. Paulo VI é o santo da renovação, atualização, inculturação da
Igreja. Declarou Santa Tereza de Avila e Santa Catarina de Sena doutoras da
Igreja.
4. Um Papa místico
e sábio.
Era visível em Paulo VI a ternura e a coragem, a fé e a transformação social, a
interioridade e a profecia , a mística e a ciência, a santidade e diplomacia.
Sua aparente fragilidade e fraqueza física são superadas pela singular força de
vontade, pela extraordinária inteligência, pela intensa vida espiritual. Seu
amor a Maria era grande. Declarou Maria, Mãe da Igreja, visitou Fátima e Éfeso
na Turquia e escreveu a Exortação Apostólica Marialis Cultus sobre o culto a
Maria.
5.
Um Papa profeta da paz. Proclamou o Primeiro dia do Ano como dia Mundial da
Paz. Foi à ONU como peregrino e profeta da paz. Grande amigo de Dom Helder
Câmara sempre apoiou o amor preferencial aos pobres, a luta dos camponeses,
operários, jovens. Enfrentou problemas em relação à guerra no Vietnã. Sua
coragem profética foi um grito em prol da justiça no mundo como condição para a
paz.
6.
Um Papa marcado pela cruz. Paulo VI abraçou a cruz da rejeição e da
incompreensão dentro e fora da Igreja. Sofreu ao iniciar a reforma da Curia
Romana, ao confirmar o celibato dos padres, ao simplificar as vestes dos
cardeais, bispos e mudar a estrutura do Vaticano como também ao abrir o coração
da Igreja aos pobres. A reforma do Missal Romano, a aplicação dos Documentos do
Concílio, a decisão de escrever a Encíclica Humanae Vitae sobre a paternidade
responsável custaram-lhe muito sofrimento. Sofreu o “martírio cotidiano” pelo
amor e fidelidade à Igreja. Em tudo isso, sua santidade pessoal foi comprovada.
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Escuta meu grito que te suplica como um imenso clamor!
Tu, que és meu Senhor!
Tu, cuja vontade
prefere à minha!
Não me é possível contentar-me com palavras
ao apresentar-te minha oração:
escuta meu grito que te suplica
como um imenso clamor!
Não me é possível contentar-me com palavras
ao apresentar-te minha oração:
escuta meu grito que te suplica
como um imenso clamor!
(São Bruno)
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Vigia as profundidades de teu coração com extrema atenção
Vigia as profundidades de teu coração com extrema atenção.
Quando tomas consciência de um pensamento,
deves logo contradizê-lo e imediatamente, com pressa,
chama Cristo em tua defesa.
Mas o doce Jesus, enquanto ainda falas, dirá:
Eis, estou aqui (Is 58,9) em teu socorro.
Tu, porém, depois que todos esses inimigos,
por causa da oração, se afastaram,
fica novamente atento às profundidades de teu coração.
Eis, novamente, ondas mais numerosas que as anteriores,
uma depois da outra, sobre as quais a alma nada,
mas eis Jesus, ainda, despertado pelo discípulo (cf. Mt
8,23-26)
que, como Deus, repreende os ventos.
Recebido o alívio, mesmo que por apenas uma hora, ou por um
momento,
dá glória àquele que te salvou e pensa na morte.
_________________
Filoteu, o Sinaíta
domingo, 12 de outubro de 2014
Virgem Mãe Aparecida, dai-nos sempre paz e amor no bom Jesus!
Virgem Mãe Aparecida, estendei o vosso olhar
sobre o chão da nossa, sobre nós e nosso lar.
Virgem Mãe
Aparecida, nossa vida e nossa luz,
dai-nos sempre nesta vida, paz e amor no bom
Jesus.
Estendei os vossos braços, que trazeis no peito em cruz,
para nos guiar os passos para o Reino de Jesus.
Virgem Mãe
Aparecida, nossa vida e nossa luz,
dai-nos sempre nesta vida, paz e amor no bom
Jesus.
Desta
vida nos extremos trazei paz, trazei perdão, a nós,
Mãe,
que vos trazemos com amor no coração.
Virgem Mãe
Aparecida, nossa vida e nossa luz,
dai-nos sempre
nesta vida, paz e amor no bom Jesus.
sábado, 11 de outubro de 2014
A atenção é uma paz do coração que nunca falha
estranha a todo
pensamento,
paz que sempre e
ininterruptamente respira e invoca
Cristo Jesus,
Filho de Deus e Deus, somente ele.
Ela forma com
ele para combater valorosamente os inimigos;
confessa os seus
pecados somente a ele,
único que tem o
poder de perdoá-los;
abraçando
continuamente com a sua invocação o Cristo,
único que
conhece os corações no íntimo,
a alma procura
esconder de toda maneira aos homens
a doçura que ela
sente e a luta interior pelo temor
de que o maligno
nela faça entrar secretamente a malícia
e destrua uma obra assim bela.
e destrua uma obra assim bela.
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Hesíquio, o Presbítero
Hesíquio, o Presbítero
A vigilância é o permanecer à porta do coração
A vigilância é o concentrar-se contínuo do
pensamento
e o seu permanecer à porta do coração.
Os pensamentos, que chegam como ladrões,
ela os vê, e escuta o que dizem e fazem esses
assassinos,
e que forma os demônios neles imprimiram
e ergueram como se fosse um monumento;
de fato, com essas fantasias procuram enganar o
profundo do coração.
Essas ações próprias da vigilância,
conduzidas com diligência,
fazem-nos ter plena experiência, se o
quisermos,
do combate espiritual.
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Hesíquio, o Presbítero
Cuida de ti mesmo: vigia sobre tua alma e sobre teu corpo!
Cuida de ti mesmo (Dt 15,9), disse Moisés,
cuida de tudo em ti, não de uma parte e relaxando outra. Com o que? Certamente
através da mente. Com nenhuma outra coisa é possível estar atento a ti, em
tudo. Vigia sobre tua alma e sobre teu corpo; graças a essa vigilância serás
libertado facilmente das más paixões da alma e do corpo.
Portanto, fica atento a ti, vigia sobre ti,
examina a ti mesmo, ou então, protege-te, examina-te e te perscruta. E assim submeterás a carne
rebelde ao espírito e não haverá no teu coração uma palavra escondida (cf. Dt
15,9). Se o espírito de um poderoso, espíritos maus ou más paixões, te assalta,
não abandones teu posto (cf. Qo 10,4), isto é, não deixes desguarnecida uma
parte da alma ou do corpo.
Assim,
portanto, estarás acima dos espíritos que de baixo te ameaçam e estarás na
sinceridade diante daquele que perscruta os corações e os rins (cf. Sl 7,9) sem
ser examinado porque tu mesmo os examinaste por primeiro. De fato se nos
julgamos a nós mesmos, não seremos julgados (cf. 1Cor 11,31). É Paulo quem
disse isso.
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Gregório
Pálamas
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