segunda-feira, 27 de junho de 2011

«O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça»



Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja
8º Discurso para a novena de Natal


Deus é a Sua própria riqueza, porque é o bem infinito. [...]
Este Deus tão rico fez-Se pobre ao tornar-Se homem,
a fim de nos enriquecer a nós, miseráveis pecadores.
É o ensinamento muito claro do apóstolo Paulo: «De tão rico que era,
Jesus tornou-Se pobre para vos tornar ricos pela Sua pobreza»(2Co 8,9).
Como?! Um Deus [...] chegar ao ponto de Se tornar pobre? Com que intenção?
Tentemos compreendê-la.

Os bens terrenos não passam de terra e lama;
mas esta lama cega de tal modo os homens,
que eles deixam de discernir os verdadeiros bens.
Antes da vinda de Jesus Cristo,
o mundo estava repleto de trevas, porque cheio de pecados:
«Toda a carne havia pervertido a sua conduta» (Gn 6,12).
Ou seja: os homens tinham obscurecido em si
a lei natural gravada no seu espírito por Deus;
viviam como animais,
preocupados apenas em obter prazeres e bens terrenos,
e totalmente indiferentes aos bens eternos.
Foi por um efeito da misericórdia divina
que o Filho de Deus veio dissipar essas profundas trevas:
«Sobre aqueles que habitavam a região da sombra da morte,
uma luz resplandeceu» (Is 9,1). [...]

Mas este divino mestre quis instruir-nos não apenas pela palavra
mas também, e sobretudo, pelos exemplos da Sua vida.
«A pobreza», afirma São Bernardo,
«estava ausente do céu; encontrava-se apenas na Terra.
Infelizmente o homem não conhecia o seu preço e, à partida, não a procurava.
Para torná-la preciosa aos nossos olhos e digna de todos os nossos desejos,
que fez o Filho de Deus?
Desceu do céu à Terra e escolheu-a como companheira de toda a Sua vida.»

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