Era um quintal ensombrado, murado alto de pedras.
As macieiras tinha maçãs temporãs, a casca vermelha de escuríssimo vinho,
o gosto caprichado das coisas fora do seu tempo desejadas.
Ao longo do muro eram talhas de barro.
Eu comia maçãs, bebia a melhor água,
sabendo que lá fora o mundo havia parado de calor.
Depois encontrei meu pai,
que me fez festa e não estava doente e nem tinha morrido, por isso ria,
os lábios de novo e a cara circulados de sangue,
caçava o que fazer para gastar sua alegria:
onde está meu formão, minha vara de pescar, cadê minha binga, meu vidro de café?
Eu sempre sonho que uma coisa gera,
nunca nada está morto.
O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.