Nós, que por cada
palavra da divina Escritura somos convidados à imitação do Senhor que nos criou
na sua benevolência, eis que desviamos tudo para nossa própria utilidade,
medimos tudo de acordo com a nossa vantagem. Atribuímo-nos bens para a nossa
própria vida e reservamos o resto para os nossos herdeiros. E não pensamos nas
pessoas que estão na miséria nem nos preocupamos minimamente com os pobres. Oh
corações sem misericórdia!
Um homem vê o seu
próximo sem pão e sem meios para obter o alimento indispensável e, longe de se
apressar a oferecer-lhe a sua ajuda para o tirar da miséria, observa-o como
observaria uma planta verdejante em vias de secar por falta de água. E, no
entanto, este homem possui uma riqueza imensa e seria capaz de oferecer a
muitos a ajuda dos seus bens. Do mesmo modo que o débito de uma única fonte
pode irrigar numerosos campos numa grande extensão, assim a opulência de uma só
casa consegue salvar da miséria um grande número de pobres, a menos que a
parcimónia e a avareza do homem o venha a impedir, tal como uma rocha que cai
num ribeiro lhe desvia o curso.
Não vivamos unicamente
segundo a carne, vivamos segundo Deus.
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São Gregório de Nissa, monge e bispo do séc. IV
Sermão 1 sobre o amor dos pobres
Sermão 1 sobre o amor dos pobres
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